terça-feira, 12 de outubro de 2010

Em todo o lado


No papo:
- Eu não sei cozinhar.
- O quê? Não sabes cozinhar? – ele está chocado, parece reflectir sobre o assunto, olha para o celular, olha para mim, pensa uns momentos e:
- Bom, mas podes aprender não é? A minha mãe pode te ensinar.
Em casa:
Eu não sei cozinhar. Mas sei misturar. Estou em casa e lavo umas coisas que depois misturo numa grande tigela, tempero, está feito! Ele chega, partilhamos a salada.
- Hummmmmm! Estava muito bom. Como anima chegar a casa e a namorada ter cozinhado para nós!
Na night com brada:
- Sim, tu és assim! Tuga, emancipada e feminista! Mania da independência vocês! Tu aceita moçambicano! Se não aceitas ir p cozinha não estás a aceitar africano por completo.
- Para cozinhar há empregada!
- Aaaaaaaaaaaaaaaaaah! Nada! Eu pelo menos final de semana não como comida de empregada!
No papo no bar:
- Sabes, eu sempre quis te conhecer.
- Ah é?
- Ya, tás com teus amigos, né?
- Ya.
- Ei, afinal são voçes? Mano como é tdo nice? ya.... ya.... Joana, falamos depois... xau.

Na disco:
- Joana, como é que tu demoras uma hora de tempo para ir no quarto de banho?
- Ei, voçe! Estás-me a controlar?
- Ah achas q estou? Então já agora quem é esse americano com quem falaste?
Conversa com brada moçambicano:
- Sim, eu conheço tugas! Eu vivi com uma portuguesa durante três meses e separámo-nos por causa da maionese!

- Da maionese?

- Minha vida com a portuguesa acabou assim! Ei, eu gosto de maionese! Ela pôs a mesa, e eu gosto de maionese nas minhas chips. Não tinha. Eu disse “Amor, tu sabes q eu gosto de maionese. Tu sabes. Porque não compraste, afinal?”

- Bem, esta estória da maionese! Desculpa m’lá!

- Não, mas tu não o conheces, ele gosta mesmo de maionese. Eu lhe conheço há maningue e sempre ele come chips e tem o frasco da maionese aqui mesmo ao lado.

- What? Mas a questão não é se ele gosta ou não! Se gosta pode comprar!!

Na night seguinte:

- Então, tua dama?

- Minha dama tá em casa, mas eu falei que vou sair só por uma hora.

- Mas já estamos aqui há 3horas.

- Sim, mas eu daqui a nada vou começar a preparar-me para quando chegar a casa ela me perdoar por eu ter demorado mais horas do que eu disse.

- Vais fazer mata-bicho e lavar na cama?
- Ei, eu não entro na cozinha!
Ao telefone com a brada sul-africana:
- Vamos ver um show hoje?
- You know… we can go, but my husband does not like me to go out…
- What? Mas e tu, gostas?
No concerto com a brada portuguesa:
- Sabes, eu já vou embora.
- Já? Mas amanhã é sábado!
- Sim, mas o meu marido já está a mandar mensagens.
- E então?
- Sim, está a pressionar-me, ele não está a gostar que eu esteja aqui.
- Mas e então? Tu estás a gostar?
- Sim, mas sabes, é melhor ir, eu vou mesmo para falar com ele, ele não me faz mais estas coisas.
Na rua com dama moçambicana:
- Aquilo que estamos a viver lá em casa ninguém há-de saber, cozinhar para ti? Eu posso. Lavar? Não tem problema. Mas agora, tua vida é tua vida, fazes o que tu quiseres. Saímos de manhã, até apanhamos mesmo chapa, mas saímos paragens diferentes, entendes né? Cada um na sua rota a partir d’agora.

Entendo o statement da mana, mas sabendo o que sei hoje na verdade acho que o que ela dá é tudo – cozinha e lava. Duvido que o damo se preocupe com a rota do chapa.
Entendo a estória da maionese, mas sabendo o que sei hoje o que me espanta é que tenha sido esta a razão do rompimento.

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